Uncontrollably Far
quarta-feira, 27 de agosto de 2014 @ 19:33
“E se eu disser que ainda acredito em nós, você me acharia louca? Não acredito que vamos passar uma vida juntos. Nem que nunca vamos nós separar. Só acredito que ainda podemos dar certo, ser feliz por um momento. Então, se eu ainda disser que acredito em nós, você me acharia louca?”

Hoje encontrei esse trecho que escrevi há algum tempo. Não me recordava de ter escrito isso e fiquei intrigada com esse sentimento que transmiti. Sou do tipo de pessoa que escreve o que sente, passa pro papel e guarda para si. Em alguns momentos eu compartilho o que sinto nos meus blogs. Sim, blogs. Aqui, escrevo textos longos sobre o que sinto, as minhas crônicas e sobre minha vida. No outro, eu escrevo algumas frases ou trechos mais longos que nunca chegaram a virar textos. Estes últimos, gosto guardar para mim. 

Consigo transmitir o que sinto no momento, mas ainda percebo pedaços de medo, paixão, saudades, curiosidade e outras coisas, que não consegui passar para o papel. É como se eu escrevesse sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada. Conto sobre meus dias, minhas paixões e desilusões (sejam amorosas ou profissionais). Porém, nada disso parece ter fim, meus sentimentos são como ondas que vão e voltam sem avisar. E enquanto escrevo, ela se expande pela areia surpreendendo quem anda próximo ao mar.

Mas não era sobre isso que eu queria contar. Queria contar sobre minha memória ou sensação que eu tive quando escrevi o trecho que está no início deste texto. Não sei quem causou a inspiração para isso, mas consigo pensar em duas pessoas que estavam presentes na minha vida naquele instante. Cada uma delas entrou em minha vida de maneira acelerada e saíram do mesmo jeito. Entretanto, de alguma forma eu ainda acreditava que poderia dar certo. Eu deveria me considerar estúpida por isso?

As pessoas tratam os sentimentos como bolhas que não devem ser tocadas. Eu faço isso o tempo inteiro, mas será que adianta alguma coisa? Acredito que não. Amar, se apaixonar, ter medo, frustração, ser feliz, sentir algo não deve ser tratado como um ‘bicho de sete cabeças’. Só que as pessoas tratam os sentimentos dessa maneira. E eu também. 

Temos medo de nos machucarmos a todo o momento. E às vezes entramos em relacionamentos destrutivos para que no final possamos olhar no espelho e dizer: “Sempre soube que não daria certo”. Mas não devemos ser assim, é necessário encarar um relacionamento de frente, se arriscar, tentar e acreditar que pode dar certo. Se não, realmente as coisas não vão dar certo. 

Quando entramos em um relacionamento, seja um namoro ou rolo, temos medo do que virá a seguir. Eu nunca soube, pois sempre parei no meio do caminho. Sempre tive medo de arriscar, me magoar no final e não pude aproveitar nada. Ou será que aproveitei? Tenho medo de sair machucada dos meus relacionamentos, tenho medo de não dar certo, de não ser boa o suficiente. Sim, são inseguranças bobas, porém inseguranças que muitas pessoas têm dificuldade de contar para si e para os outros. 

Porém, eu não quero continuar assim. Eu sou suficiente. Pode não dar certo, mas eu quero tentar. Ninguém é feito um para o outro. Porém, podemos ser feitos um para o outro durante um tempo. Então eu te pergunto mais uma vez, se eu dissesse que acredito em nós. Que pode acontecer algo, você me acharia louca?

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